A vida continua mesmo quando não se está presente. Admito: senti uma felicidade intensa e um leve sorriso se estampou em minha face quando cheguei a tal conclusão. Andei devagar; acompanhei cada gesto e cada brisa.
Ontem às sete e vinte da manhã, lá estava eu andando pela calçada tortuosa; às sete e vinte da manhã lá estava o homem a varrer as folhas do chão; às sete e vinte da manhã lá estavam as pessoas a tomar o amargo café da padaria. Atravessei a rua, caminhei um pouco e parei para esperar o ônibus.
Hoje, porém, ao fazer o tão percorrido trajeto percebi que o homem da vassoura não estava na sua calçada, assim como poucas e cansadas pessoas estavam na padaria. Não havia carros na rua. Pensei: o mundo acabou e não estou informada. Segui normalmente. Senti o aroma da laranja. Aos poucos a cidade foi ganhando seu brilho costumeiro, e às duas da tarde o Sol apareceu. Fiquei aliviada.
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