quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Uma manhã



   


    Era cedo. O movimento da porta se fechando criou nela um sentimento estranho. Ali perto alguns pássaros cantavam um pouco cansados; e ela percebeu o quanto a fadiga invadia seu corpo.
    Deitou-se e adormeceu logo. As horas passavam rapidamente, assim como a sucessão de imagens distorcidas nos seus sonhos. A vida  depois do portão amarelo prosseguia com seu hábito. E quando o sol já não conseguia ser mais visto, e quando os mesmos pássaros da manhã já não estavam mais ali, ela acordou.
     Levantou-se com algum esforço. Viver era pesado naquele instante. Tomou um banho. Minutos antes ligara para alguém; mas não era com esse alguém que gostaria de falar. Agora estava pensando e os pensamentos eram sua maior companhia.

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    Ainda cedo o homem ia andando por ruas estranhas e cruzando com pessoas ordinárias. Seus pensamentos estavam longe. Ao seu redor não havia nada interessante. Aquela sensação da tarde anterior se andensava por entre suas entranhas. Nunca havia sentido nada como aquilo.
    Estava perdido; seguia o rumo de casa por mera intuição ou por simples hábito de percorrer aquele caminho durante tempos. Estava feliz.
 

Mariana Sacconi

Um comentário:

  1. Eu me sinto uma retardada quando leio seu blog, porque o que eu escrevo não tem a mesma graça das suas palavras. Eu nem sei o que significa "adensava"!

    Com licença, eu preciso voltar pras aulas de redação do Ed.

    Beijos

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